Diz-se na doutrina espírita muito
sobre a questão do livre arbítrio como forma de escolher o caminho a se seguir,
e que realmente consiste em tal, porém existem no MEB alguns que utilizam do
mesmo livre-arbítrio para desviar de seus compromissos. Não venho aqui falar de
OBRIGAÇÕES que ao meu entender seria a palavra que mais se encaixaria no
contexto, mas sim das responsabilidades que assumimos junto à casa espírita.
No livro “Aconteceu na casa espírita” relata varias formas de que nossos irmãos menos esclarecidos tentam
infiltrar nas casas espíritas para poder leva-las a ruína todo trabalho. Seja
através dos romances proibidos entre colaborados da casa, o orgulho de alguns
ou até mesmo e mais perigosos das “atualizações” ou troca das obras de Kardec,
mas outra forma perigosa é a do “livre-arbítrio” que nos deixa em uma situação cômoda
e alheia as nossas tarefas quanto trabalhadores da casa espírita. Não é de hoje
que em dias de nossas contribuições com a casa espírita, surgem vários convites
em horários paralelos as nossas responsabilidades, que por vezes começam a se tornarem
rotineiras, ai mora o perigo onde deixamos nosso livre-arbítrio sempre como
opção.
Vejamos Kardec em "O evangelho
Segundo o Espiritismo". CAP. III item 16
[...] Já ouvistes falar desses mundos em que a alma nascente é
colocada, ainda ignorante do bem e do mal, para que possa marchar em direção a
Deus, senhora de si mesma, na posse do seu livre-arbítrio. Já ouvistes falar
das amplas faculdades de que a alma foi dotada, para praticar o bem. Mas ai!, Existem
as que sucumbem! Então Deus, que não quer aniquilá-las, permite-lhes ir a esses
mundos em que, de encarnações em encarnações podem fazer-se novamente dignas da
glória a que foram destinadas. Santo Agostinho, Paris 1862.
Nesta
elucidação, vê-se que o livre-arbítrio é um dom de que o Espírito pode abusar,
mas terá sempre de enfrentar as consequências desse abuso, sofrendo encarnações
destinadas a purificá-lo, transformá-lo, regenerá-lo, o que não deixa de ser
pena de efeito verdadeiramente misericordioso. Portanto cada um é decide seus
atos e pensamentos sendo também responsáveis por tal, se virarmos a observar os
grandes benfeitores da humanidade optaram por sacrificar a parcela social em prol
da uma causa, talvez não tenhamos maturidade espiritual para tanto, mas devemos
tentar gradativamente em consenso com nossas responsabilidades nos doar mais a
doutrina espírita, fazendo do nosso livre-arbítrio uma boa e sensata opção.
"As faltas que cometemos têm, pois, sua fonte primeira nas
imperfeições de nosso próprio Espírito, que não atingiu ainda a superioridade
moral que terá um dia, mas que nem por isso tem diminuído o seu livre
arbítrio" Allan Kardec – O livro dos Espíritos, CAP. X
Rosenildo de Oliveira